Como funciona a precificação de energia no Brasil – e por que o modelo atual pode impactar os negócios


Para empresas que atuam no mercado livre de energia, compreender a formação dos preços pode ser decisivo para a saúde financeira. Embora o setor elétrico seja altamente técnico, os modelos de precificação adotados por órgãos reguladores influenciam diretamente o custo da energia para os consumidores.

Este texto explica, de forma simples, o funcionamento desse processo e os motivos pelos quais o modelo atual — conhecido como NEWAVE híbrido — está no centro de um debate que envolve bilhões de reais e pode impactar até a inflação nacional.

O que é o modelo NEWAVE híbrido?

O modelo NEWAVE é uma ferramenta computacional usada para simular o comportamento dos reservatórios e definir o preço da energia no Brasil. Ele considera variáveis como chuvas, demanda, capacidade de geração e armazenamento de energia.

O termo “híbrido” se refere à combinação de dois modelos: o NEWAVE e o DECOMP (Sigla para Determinação da Coordenação da Operação a Curto Prazo). Juntos, eles ajudam a calcular o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que é o valor de referência para transações no mercado de curto prazo. Esse preço impacta diretamente os contratos no mercado livre e, portanto, o custo da energia para empresas.

Parâmetros de cálculo para a precificação de energia

Conditional Value at Risk (CVaR)

Um dos principais parâmetros usados nesses modelos é o Valor Condicional em Risco (CVaR, na sigla em inglês). Em termos simples, ele representa o grau de cautela adotado pelo operador do sistema ao considerar cenários extremos — como períodos de seca prolongada.

Quanto maior o CVaR, mais conservador é o modelo. Isso significa que o sistema pode acionar usinas térmicas (mais caras) mesmo quando há água suficiente nos reservatórios. O objetivo é garantir segurança energética, mas o efeito colateral é o aumento do custo da energia.

Este ano, o governo decidiu manter o CVaR em níveis elevados para 2026, mesmo com reservatórios acima de 65%. A decisão pode ter custo adicional de até R$ 9,1 bilhões para os consumidores, segundo apontam diversos agentes que atuam no setor.

Volume Mínimo Operativo (VMinOp)

Outro parâmetro importante é o Volume Mínimo Operativo (VMinOp), que define o nível mínimo de água que deve ser mantido nos reservatórios de cada região. Em 2025, esse volume foi elevado para várias regiões, como o Norte (de 19,1% para 28%).

A mudança também contribui para uma operação mais conservadora, com maior acionamento de térmicas e, consequentemente, preços mais altos.

O impacto desse modelo de precificação nos negócios

Essas decisões técnicas têm efeitos práticos e financeiros para os negócios. Um modelo mais conservador pode significar:

· Aumento da conta de energia

· Maior incidência de bandeiras tarifárias

· Redução da competitividade industrial

· Pressão inflacionária nos custos operacionais

Segundo projeções da consultoria Thymos Energia, o modelo atual pode ser responsável por até um quarto da inflação em determinados períodos.

Por que acompanhar esse assunto é importante

A precificação da energia no Brasil é complexa, mas seus impactos são reais e imediatos. Modelos como o NEWAVE híbrido, parâmetros como o CVaR e o VMinOp, e decisões tomadas por órgãos técnicos influenciam diretamente o valor pago pela energia.

Mesmo que empresas não tenham envolvimento direto nas decisões regulatórias, os efeitos são sentidos no dia a dia. Compreender como funciona a precificação de energia é essencial para:

· Planejar melhor os custos operacionais

· Negociar contratos mais vantajosos no mercado livre

· Participar de forma mais ativa nas discussões do setor

Acompanhar essas discussões é uma forma de proteger os negócios e contribuir para um setor mais eficiente e justo.

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